EU BEM QUE FALEI: GREVE POLÍTICA E ABUSIVA

A Secretaria Municipal de Educação de Parnamirim está elaborando o calendário especial de reposição dos dias letivos não trabalhados pelos professores que participaram da greve convocada pelo sindicato dos servidores. A paralisação durou dois meses e prejudicou 7 mil alunos. Os professores voltaram ao trabalho na terça-feira (8), quando o movimento estava restrito a menos de 15% do total de 1.200 professores do ensino básico. Mas decidiram permanecer em “estado de greve” como forma de pressionar a prefeitura.O sindicato deflagrou a greve em 6 de abril com uma pauta de revindicações que incluía, entre outras coisas, a concessão do Vale Transporte, a implantação do Plano de Cargos e Salários e um reajuste que elevaria os vencimentos a quase R$ 2.900, segundo informações da secretária Raimunda Basílio.A prefeitura entrou com pedido de abusividade da greve, mas a juíza Ana Carolina Maranhão negou, determinando que fossem cumpridos os preceitos constitucionais para manter os serviços. A Procuradoria recorreu lembrando que “a manutenção dos 30% do corpo discente inviabiliza o regular acesso de todos os alunos à rede pública, diante da impossibilidade de se atender, com tal contingente, a demanda existente.Ana Carolina determinou a suspensão da greve e o imediato retorno dos grevistas, fixando multa diária de R$ 1 mil para o caso de descumprimento. A remuneração dos professores da rede municipal de Parnamirim é de R$ 1.228,64 para 30 horas semanais. No mês passado a Câmara aprovou a lei do Auxílio Transporte, que está em fase de implantação. Quanto ao Plano de Cargos e Salários, o prefeito Maurício Marques informou que já está em fase de elaboração a minuta do projeto que será discutido com os professores. “Mas um plano de cargos e salários não se implanta da noite para o dia”, disse Maurício. O prefeito lembrou que do final do ano passado para cá já foram chamados 650 professores aprovados.
Fonte: Tribuna do Norte